Freguesia de Várzea Cova

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Fafe, Braga, Portugal
Morada: Rua Central nº 762 - Várzea Cova 4820-820 VÁRZEA COVA - FAFE Email: j.f.varzeacova@iol.pt; Telefone: 253 503 732

Várzea Cova

Várzea Cova é uma Freguesia antiquíssima que pertence ao Concelho de Fafe. É uma das freguesias mais características e mais distantes do centro da cidade. Segundo o último censo, a freguesia tem 447 habitantes, com tendência para diminuir, não divergindo desta forma da média nacional.
Existe fortes vestígios de ter havido aqui vivência pré-histórica, provada através da construção megalítica da Malhadoura.

Quem por aqui passa pode admirar, principalmente na Primavera, o brilhante e panorâmico espectáculo oferecido pelas inconfundíveis cores da flora que ali vegeta.
Locais de descanso também por ali abundam, longe do perigo e em consonância com o que de mais puro há na Natureza.
Existe neste lugar uma ponte romana chamada “Ponte do Borralho”, para onde está projectada uma praia fluvial, numa linha de água ainda muito límpida.

Neste lugar avultam vestígios de edificações dolménicas e castrejas, e existem lugares com denominações que indiciam que Várzea Cova foi povoada em eras muito remotas, como a zona de Facha do Monte, Bastelo e Cerzeita.

Nesta Freguesia estão implantados dois marcos do Marquês de Castelo Rodrigo, D. Cristóvão de Moura. Um encontra-se no Confurco, com as armas do brasão do Marquês; e outro encontra-se junto ao Mosteiro da Lagoa, com a inscrição”Marquês de Castelo Rodrigo, 1599”.

Várzea Cova situa-se num vale apertado entre dois montes. Possui terrenos férteis, irrigados por diversos riachos subsidiários do rio Vizela, e grandes quintas. A sua actividade económica predominante é, ainda hoje, a agricultura de subsistência. Outrora, a grande produção agrícola desta terra foi o milho. O elevado número de espigueiros existentes junto ás casas típicas de lavoura desta localidade são exemplos da importância que esta cultura teve para estas gentes.

Os espigueiros são excelentes exemplares da arquitectura popular do Minho. Servem para armazenar as espigas de milho, protegendo-as da humidade e dos roedores. Conhecidos também por canastros ou caniços, são construídos em diversos materiais e a sua arquitectura varia de região para região. São pontos de referência na paisagem rural minhota.

Existem duas capelas filiais na freguesia de Várzea Cova: a capela de S. Mamede, no lugar de Bastelo, e o Santuário de Nossa Senhora das Neves, pertence a esta freguesia e também á freguesia de Aboim.

Várzea Cova contém três núcleos populacionais concentrados, mas distanciados uns dos outros, como sempre acontece nas zonas montanhosas. Bastelo, situado no declive de uma serra, é considerado o mais típico núcleo rural de montanha do concelho; Lagoa, num alto montanhoso, com ligação para outros concelhos e horizontes intermináveis, e que é um local muito conhecido pela romaria da (Senhora das Neves) que ali se venera.

A sede da Freguesia onde se situa a Igreja, que data de 1758, restaurada e ampliada em 1971. Outrora existia um mosteiro Beneditino filiado ao mosteiro de Basto, assim falam as gentes desta terra, e historiadores que datam o mosteiro de Várzea Cova de 1131[1]. Segundo o primeiro volume dos Documentos Régios , na delimitação do couto de Cabeçeiras, o mosteiro de Varzena situa-se perto de Portela, a 1km da actual Igreja Paroquial.
Nesta Freguesia foi implantado um parque eólico dos mais importantes da Europa para a produção de energia.

Aqui existem apenas três casas de comércio, que são cafés – restaurante. Há também uma exploração de cunicultura e uma importante empresa de vinhos que emprega muita gente da Freguesia.

O resto da população dedica-se principalmente a uma agricultura de subsistência e á pecuária.
Podemos e devemos referenciar também, que nesta freguesia, o trabalho artesanal ainda se faz sentir, nomeadamente artigos de lã e de linho, como sejam meias, camisolas, lençóis, camisas e toalhas, embora esta actividade se encontre em completo desaparecimento

Como romaria principal nesta freguesia, e muito apreciada não só pelos seus habitantes, mas também pelos seus emigrantes, temos a festa de Nossa Senhora e ao Santíssimo Sacramento, que anualmente se realiza no dia 15 de Agosto.

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[1] Cf. Marques, José , Arquidiocese de Braga no Séc. XV, Lisboa, Imprensa Nacional-C. M, 1988.

por: Sérgio Miguel

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Passeio Anual da Freguesia 2010

Passeio ao Santuário de Fátima e Figueira da Foz

Mosteiro de Várzea Cova

Outrora existia em Várzea Cova, um mosteiro Beneditino filiado ao mosteiro de Basto, assim falam as gentes desta terra, e historiadores que datam o mosteiro de Várzea Cova de 1131[1]. Segundo o primeiro volume dos Documentos Régios , na delimitação do couto de Cabeceiras, o mosteiro de “Varzena” (Várzea Cova) é referido.[2] Seria um mosteiro típico do Minho do século X, um mosteiro de estilo Românico, mas simples.
Antes da reconquista cristã do Minho, os povos do nosso Minho viviam ainda de um modo um pouco ao estilo do Neolítico. Os povoados ficavam nos altos, pois os ataques inimigos eram constantes e o alto do monte era um refúgio seguro. A agricultura era praticada em planícies, mas estava muito atrasada.
O domínio Romano fomentou mais a urbanização do que a Ruralidade e a prática agrícola do nosso Minho agreste formado por terrenos de pequena dimensão para a agricultura. [3] Era este o cenário de aldeias como Várzea Cova, que surgiram no alto da montanha.
Durante a reconquista cristã, D. Afonso Henriques e seus sucessores foram deixando as novas terras conquistadas ao cuidado dos Beneditinos e outras ordens Religiosas que se iam instalando no território Português. [4]Por um lado era uma garantia de segurança, por outro lado era uma garantia de dar cultura ás pessoas, ensinando a prática agrícola em terrenos mais férteis e não tão montanhosos.
Aos poucos formaram-se aldeias em vales propícios para a agricultura. Formaram-se, como é óbvio ,Igrejas e mosteiros. Havia nos monges , uma enorme ânsia evangelizadora, pois nesta altura, ainda havia muitas crenças pagãs e heresias a respeito da doutrina cristã. Competi-a aos monges por a ordem no território. Prova de tudo isto é a própria aldeia de Várzea Cova, esta começou a surgir em duas frentes: uma na "Facha do Monte " outra na "Cerdeira",[5] tudo isto em montanhas opostas.
O Vale de Várzea Cova é muito propício para a agricultura, muito bem diferente dos seus altos montanhosos. É perfeitamente normal, que os monges fossem responsáveis por o abandono dos seus povoados montanhosos e pelo ensino da prática agrícola num sitio mais plano e fértil.
Em 1131 D. Afonso Henriques concede carta de couto ao mosteiro de Refojos de Basto, ou seja, os monges desse mosteiro eram os responsáveis por um vasto território. O Território englobava a actual vila de Cabeceiras de Basto, Alvite, Outeiro e Várzea Cova.[6] É perfeitamente admissível, que em Várzea Cova não existisse um grande mosteiro, mas uma filiação ao mosteiro de Refojos, o edifício seria uma Igreja de pequena dimensão e teria talvez uma hospedaria ou residência para alguns monges.

Quanto á localização do dito mosteiro, ninguém sabe, " não ficou pedra sobre pedra". Talvez a sua localização fosse onde é a actual Igreja Paroquial, pois está muito próxima do rio. Ficar próxima do rio é sinonimo de ser um terreno fértil para a agricultura, que era do interesse dos monges. É muito provável, que com o decorrer dos anos e da arte, as pessoas fossem retirando pedras características do românico e dando lugar a outras características da sua época. A paróquia de Várzea Cova data de 1749, antes pertencera a Outeiro.

A Igreja que chegou até nós data de 1759 , sendo totalmente reformulada em 1971.
A ânsia evangelizadora dos monges, que estiveram nesta simples aldeia em 1131 é de louvar.
É uma responsabilidade para nós hoje Homens do século XXI, pois os ensinamentos daqueles monges chegaram até nós. Quer no campo da agricultura, quer no campo da Religião, somos convidados a transmitir o que recebemos anteriormente, a incutir nas novas gerações o gosto pelo Belo, o gosto pelo Religioso, o gosto pela cultura.

Muitos falam que a Idade Média foi uma idade de trevas. A Igreja esteve no poder, dizem alguns. Mas se não fosse a Igreja a segurar a Europa em ruínas, quem conseguiria? Os Reis Bárbaros vindos do Norte da Europa que não tinham cultura? O Império Romano a desmoronar-se e afogado em dívidas e corrupção? Quem teria o poder e a ciência para assegurar a estabilidade territorial?


[1] Cf. Marques, José , Arquidiocese de Braga no Séc. XV, Lisboa, Imprensa Nacional-C. M, 1988.
[2] Cf. Arquivo Distrital de Braga, Documentos Régios, vol. I ,nº 120.
                                               Fig.1 - Torre sineira da Igreja - 1969



                                             Fig.2 -Fachada principal da Igreja-1969

 
                                     Fig.3 - Vista geral da Igreja -1969



                                  Fig.4 - Vista geral da Igreja na actualidade


                                 do blog: http://christus-dominus.blogspot.com/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Várzea Cova

Várzea Cova é uma Freguesia antiquíssima que pertence ao Concelho de Fafe. É uma das freguesias mais características e mais distantes do centro da cidade. Segundo o último censo, a freguesia tem 447 habitantes, com tendência para diminuir, não divergindo desta forma da média nacional. Existe fortes vestígios de ter havido aqui vivência pré – histórica, provada através da construção megalítica da Malhadoura. Quem por aqui passa pode admirar, principalmente na Primavera, o brilhante e panorâmico espectáculo oferecido pelas inconfundíveis cores da flora que ali vegeta.

Locais de descanso também por ali abundam, longe do perigo e em consonância com o que de mais puro há na Natureza.
Existe neste lugar uma ponte romana chamada “Ponte do Borralho”, para onde está projectada uma praia fluvial, numa linha de água ainda muito límpida.
Fig-1.Ponte do Burralho
Neste lugar avultam vestígios de edificações dolménicas e castrejas, e existem lugares com denominações que indiciam que Várzea Cova foi povoada em eras muito remotas, como a zona de Facha do Monte, Bastelo e Cerzeita.
Nesta Freguesia estão implantados dois marcos do Marquês de Castelo Rodrigo, D. Cristóvão de Moura. Um encontra-se no Confurco, com as armas do brasão do Marquês; e outro encontra-se junto ao Mosteiro da Lagoa, com a inscrição”Marquês de Castelo Rodrigo, 1599”.

Espigueiro

Várzea Cova situa-se num vale apertado entre dois montes. Possui terrenos férteis, irrigados por diversos riachos subsidiários do rio Vizela, e grandes quintas. A sua actividade económica predominante é, ainda hoje, a agricultura de subsistência. Outrora, a grande produção agrícola desta terra foi o milho. O elevado número de espigueiros existentes junto ás casas típicas de lavoura desta localidade são exemplos da importância que esta cultura teve para estas gentes.
Os espigueiros são excelentes exemplares da arquitectura popular do Minho. Servem para armazenar as espigas de milho, protegendo-as da humidade e dos roedores. Conhecidos também por canastros ou caniços, são construídos em diversos materiais e a sua arquitectura varia de região para região. São pontos de referência na paisagem rural minhota.

Existem duas capelas filiais na freguesia de Várzea Cova: a capela de S. Mamede, no lugar de Bastelo, e o Santuário de Nossa Senhora das Neves, pertence a esta freguesia e também á freguesia de Aboim.
Várzea Cova contém três núcleos populacionais concentrados, mas distanciados uns dos outros, como sempre acontece nas zonas montanhosas. Bastelo, situado no declive de uma serra, é considerado o mais típico núcleo rural de montanha do concelho; Lagoa, num alto montanhoso, com ligação para outros concelhos e horizontes intermináveis, e que é um local muito conhecido pela romaria da (Senhora das Neves) que ali se venera.
Fig.3-Igreja Paroquial
A sede da Freguesia onde se situa a Igreja, que data de 1758, restaurada e ampliada em 1971. Outrora existia um mosteiro Beneditino filiado ao mosteiro de Basto, assim falam as gentes desta terra, e historiadores que datam o mosteiro de Várzea Cova de 1131[1]. Segundo o primeiro volume dos Documentos Régios , na delimitação do couto de Cabeçeiras, o mosteiro de Varzena situa-se perto de Portela, a 1km da actual Igreja Paroquial.

Nesta Freguesia foi implantado um parque eólico dos mais importantes da Europa para a produção de energia.

Fig4 - Vista do por do sol  no parque eóico

Aqui existem apenas três casas de comércio, que são cafés – restaurante. Há também uma exploração de cunicultura e uma importante empresa de vinhos que emprega muita gente da Freguesia.

O resto da população dedica-se principalmente a uma agricultura de subsistência e á pecuária.
Podemos e devemos referenciar também, que nesta freguesia, o trabalho artesanal ainda se faz sentir, nomeadamente artigos de lã e de linho, como sejam meias, camisolas, lençóis, camisas e toalhas, embora esta actividade se encontre em completo desaparecimento
Como romaria principal nesta freguesia, e muito apreciada não só pelos seus habitantes, mas também pelos seus emigrantes, temos a festa de Nossa Senhora e ao Santíssimo Sacramento, que anualmente se realiza no dia 15 de Agosto.

[1] Cf. Marques, José , Arquidiocese de Braga no Séc. XV, Lisboa, Imprensa Nacional-C. M, 1988.